PALAVRA DE DEUS

Manuel Venade Martins (Pastor Evangélico)

E dizia: Por isso, eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai lhe não for concedido. Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás; e não andavam com ele. Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus (João 6:65-69).

COMENTÁRIO

O LEITOR ESCOLHEU A JESUS?

 

Nas páginas do Novo Testamento consta que grandes multidões acorriam para ouvir o Senhor Jesus e ver os sinais milagrosos que fazia. Porém, o número daqueles que aceitavam a doutrina de Cristo e permaneciam ao Seu lado era reduzido. Porquê? Porque as pessoas não estavam interessadas nas realidades espirituais que Ele viera proclamar. Exemplo disso temos no Evangelho, segundo João, onde se lê: E uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos (João 6:2). Nessa ocasião Cristo realizou o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, em que milhares de pessoas comeram e ainda sobejou. No dia seguinte essa multidão procurou Jesus. O Senhor não se iludiu com eles e declarou-lhes com firmeza: Vós me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes  (João 6:26).

O divino Mestre e Salvador apresentou-se em seguida como o pão vivo descido do Céu: Eu sou o pão vivo que desceu do Céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Comer a carne e beber o sangue de Jesus significa apropriação pela fé do Seu sacrifício na cruz do Calvário, onde foi crucificado e Seu sangue vertido, só assim poderiam desfrutar a vida eterna. Muitos dos seguidores de Jesus não conseguiram alcançar o Seu ensino e ficaram escandalizados a ponto de declararem: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? (João 6:66).

E reagiram negativamente, desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com Ele. Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe pois Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus (João 6:66-69). É notável esta resposta do apóstolo Pedro, a indagação do Senhor Jesus. Ele forma outra pergunta: Para quem iremos nós? É como se Pedro dissesse: Senhor, jamais te abandonaremos! E a razão é simples: não temos para onde ir. Se quiséssemos faze-lo, que rumo tomaríamos? Após havermos bebido das águas cristalinas da Tua verdade, para onde iríamos? Tu sabes, Senhor, que não temos para onde ir, pois só Tu possuis aquilo que satisfaz o nosso coração. Todos poderão abandonar-Te, mas nós permaneceremos ao Teu lado! De facto, para onde iriam Pedro e os restantes apóstolos, se deixassem Jesus? Para onde? Os apóstolos tinham possibilidade de voltar á religião judaica. Contudo, que tinha o judaísmo para lhes oferecer? Era uma religião cheia de cerimónias e formalidades repleta de tradições e ritos.

Os seus guias religiosos (fariseus e escribas) eram homens que nada tinham a oferecer espiritualmente ao povo. Pior do que isso, negavam aquilo que ensinavam pela maneira como viviam. Assim, Pedro não podia regressar ao judaísmo. Pedro sabia muito bem que os prazeres do mundo são enganosos. Ele já os experimentara antes, e sabia que não podiam satisfazer o coração nem trazer paz à alma. O apóstolo Pedro não ia, com certeza, voltar ao charco, depois de ter bebido da fonte divina; não ia alimentar-se de bolotas religiosas, após haver participado da abundante mesa do Pai. Não é de admirar, pois, que respondesse como o fez, seria verdadeira loucura, autêntico suicídio espiritual, abandonar o Senhor Jesus, o Salvador do mundo, que dera novo e maravilhoso rumo à sua vida. Senhor, Tu tens as palavras da vida eterna, é verdade, Jesus tem tudo quanto precisamos; Ele nos basta completamente. Jesus tem as respostas exatas para as nossas indagações.

A nossa experiência em relação ao Senhor é semelhante à descrita pelo salmista David: Tirou-me de um lago horrível, de um charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos; e pôs um novo cântico na minha boca, um hino, ao nosso Deus (Salmo 40:2-3). Estamos firmes e seguros, felizes e jubilosos. Cremos no Senhor com todas as forcas da nossa alma e O amamos do mais profundo do nosso ser. O apóstolo Pedro, naquele dia, soube escolher; procedeu de modo acertado. Na encruzilhada que enfrentou, ele tomou o rumo correto, para alegria do Salvador e para sua própria felicidade e semelhança da decisão tomada por Pedro, numerosas pessoas, no decorrer dos séculos, têm feito a sua opção certa. E o leitor que escolha fará? Deve crer de coração em Jesus, como Senhor da sua vida e Salvador pessoal, conhece-o na realidade de uma vida transformada, e a mais importante decisão, a melhor escolha que alguém poderá fazer.